16/01/09

Sou forte, aéreo
tenho a força de um jumento
cego, louco, burro de raiva
ou raiva de burro,
tenho em mim a palavra
as letras e o traço,
do ritmo insidioso,
o assédio dos finados
e a força velada do vento.
Queima em mim o fogo
labareda intencional, provocadora,
Deixai-o queimar!
Deixai-o pastar!...
não o quero nas ruas
todo de uma só vez,
Deixai-o pastar
para quando em consciência o puder largar.
E morrerei de riso,
de boa vontade o repiso,
na minha fogueira, grande,
quando os pés já doerem
e a voz se me queimar...

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro Ricardo
Li este poema em voz alta ao seu pai.
Grande discussão sobre a pontuação!
Parabens
João Oliveira

Marta disse...

Lindo... bem tu, bem teu...

 
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