30/07/08

Muro

Um muro, um olhar de surpresa,
uma garganta que seca,
olho aberto, focagem demorada,
e a posição de gato que tem medo da facada,
forte e vulnerável mas seguro na defesa.
As cordialidades à porta, enfim os obrigadas,
secos, navalhadas, cereja das coisas sem importância.
Das novidades não se fazem histórias,
abreviadas a um tudo-nada e restos de memórias...
Uma mentira suave aqui, uma indiferença que queima ali,
um estar que não se compadece com a zanga
que se reconhece,
o resigno-me, o canso-me, o esperar que não aparece
entre sorrisos alugados
ao à-vontade dos ex-amados,
e sem demora a anuência,
o assentimento, a desistência
ao prometer intransponível,
ao que está em ser que morre...,
que não sei ter sido algum dia disponível
e a despedida cirúrgica por conta de coisas antigas,
assim, aparentemente, como coisas sem importância...

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