21/07/08

"Esplanando"...

Poupar papel.
O papel não se queixa, não se poupa,
não se encolhe no seu calor, não se vira sem saber porquê,
abusa-se com carinho!
As palavras não nos fogem ao raciocínio elementar,
grotesco na sua forma,
por vezes até algo rudimentar,
perfeito até ao âmago do seu conteúdo carnal.
Não. Não se riem de nós. Não se escondem debaixo de capuzes,
assustadas ou não.
E o rasgão das ideias não tem dobras
ou linhas de direcção.
Suspiro, papel meu, vê o marquês que me espreita,
contente, no seu cadeirão de pedra, altivo e imutável,
senhor de Pombal, centro de espirais,
e círculos acelerados, como sempre,
aqui sentados, tu e eu,
neste canto alugado da esplanada.
Dúvidas...
A Norte ou a Sul,
Onde repousa o olhar do meu mirone neste momento...?
A ignomínia da rotina
e os medos em surdina não me oferecem desencontro.
A táctica dos sentidos lógicos deu lugar ao uno,
espera-me pois a primeira decisão e o confronto.
Olá riqueza dos pormenores,
côr volátil dos olhos embriagados,
das formas e dos momentos menores... Bem-vinda a mim novamente!
Mas explica-me...
Porque sorri o miúdo graúdo do outro lado da vidraça da montra?...

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