22/07/08

Na praça dos encontros

O conforto que se encontra no tratar das situações
do agora e da vida concêntrica,
das teorias dos conjuntos e das melodias privadas,
do imposto comum exorbitante da coisologia e da musicologia,
pelos nomes arbitrários e verdadeiros,
à luz própria de cada cabeça,
íntimos ao linguajar que conhecemos desde sempre e
ao batimento percussionista que vem de dentro
é apenas..., e apenas às vezes, comparável
ao sucesso tão imprevisto quanto desejado
que se nos afigura, em sobressalto,
na presença de outro ser, outro alguém,
diferente em espaço e em consciência,
que as compreende sem demoras hesitantes
e as devolve à sua, também única, maneira.
A composição de dois solos
implica, como é sabido,
uma orquestra afinada e um maestro sagaz.
Eliminemos, pois, deste cenário
o dois e o seu amigo necessário – o maestro que não satisfaz.
Remanesce uma orla musical, fabricada internamente,
construída ao nível do órgão bruto e da percepção quase carnal,
um solo conjunto, confuso aos estrangeiros,
um princípio de comunicação avesso
forjado em sociedade secreta e íntimo ao saber
de quem fala a mesma língua.

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