28/11/08

Agora no campo. O comboio responsável pela minha vinda aqui (sim, culpo-o a ele, por ter estado disponível) é antigo e pequeno. Muito pequeno. A razäo da sua existência prende-se apenas pelas pessoas que atravessam esta pequena ilha montanhosa, Waidhofen an der Ybbs. De novo encontro vacas em barda, plantadas nas montanhas como floßres pretas e brancas no meio do verde. Mas aqui a Natureza é mais rica no que toca ao reino animal. No caminho, à saída da estacäo, descubro veados e "bambis", cabritos monteses com cornos grandes e circulares de fazer inveja à Michelin e cavalos minúsculos näo mais altos que o meu peito.
Sorrio. É possível dar-lhes de comer päo. Pela minha mäo. Lá se vai a minha sandes do almoco. Sorrio efusivamente. Com fome...
A minha amiga espera-me em casa, uma casa de dois andares em madeira e o mesmo número de gatos. Incrível como o mundo se emagrece de x em x anos. No meu caso, seis anos. De Lagos aqui. Como se se tratasse de um ciclo. Vários ciclos compostos e interligados que personificam a historia que vivemos durante a escalada. Gabriel Garcia Marquez disse-o bem. Queremos todos estar no cimo da montanha e esquecemo-nos, porém, que o que conta realmente é a caminhada. O topo é um objectivo necessário para conhecermos a direccäo do próximo local onde apoiar o pé. Ou talvez näo. Mas é importante que permaneca a uma distância considerável. Para que nos sintamos a caminho, pé após pé, rocha após rocha, montanha depois de montanha.

Sem comentários:

 
Free Stats Hit Counter Web Analytics