16/11/08

A estacäo de Paris näo é o resultado límpido das imagens que preenchem os nossos sonhos, a nossa imaginacäo e as páginas dos álbuns de fotografia turística. Pelo menos, näo esta!
Suponho que um autocarro näo tem direito ao encanto romântico que um comboio tem pelo que a estacäo também é assim esquecida pelos pintores, os arquitectos e os edificadores da realidade, mesmo na toda-poderosa cidade das luzes. Mas tudo estava "perdoado". Depois de passar pelo mundo maravilhoso que é Versailles, pudera...
Conheci uma menina. Austrália, a sua casa. Para näo variar, a Austrália e a Irlanda (e também a Alemanha) combinam bem com o meu Portugal. Após uma breve troca de olhares e um sorriso cúmplice devido ao peso das nossas malas, igulmente bem aviadas, cumprimentámo-nos. Chama-se Lucy. Lucy Browne. Ar de miúda, alegre, com os pés para dentro quando andava. Anda perdida pelo mundo há doze meses. Fomos jantar juntos, dividimos uma sopa caríssima e uma "pasta Napolitana" enquanto conversavamos sobre o nosso mundo e o mundo à volta. Tínhamos seis horas de espera e de conversa pela frente antes da chegada do nosso transporte.


O tempo foi passando devagar mas vivo e agradável...


A nossa Lucy trabalhou como voluntária numa quinta para pessoas com deficiências cerebrais. E era vê-la a descrever o seu trabalho naquele lugar com um brilho transbordante nos olhos. Isto enquanto jogavamos uma valente cartada.


Será que näo cresci? Será que isso é necessariamente estranho? Ou mau?


A conversa fluía naturalmente naquela mesa de café da estacäo de Paris näo assim täo bonita como isso.

Sem comentários:

 
Free Stats Hit Counter Web Analytics